sexta-feira, março 31, 2006

As fitinhas que faltavam lá em casa



Quando eu era pequena, adorava aquelas fitinhas coloridas que se punham às portas...
Lá em casa não havia fitinhas dessas, porque também não tinhamos porta em que se adaptassem e, mesmo que tivessemos, a mãe não lhes achava graça...
Ainda me lembro das noites em que os meus sonhos eram às riscas coloridas, cheios de cor e movimento...
Com certeza inspirados nas fitinhas que me enfeitiçavam...
Hoje, tenho uma porta óptima mas... olho para as fitinhas e não me dizem nada... algumas até me causam uma certa irritação...
É o desabar de um sonho de infância...

Solidariedade canina...



... para com os gatos brutalmente MORTOS em Montemor-o-Velho...
Que de uma vez por todas começem a ser punidos os que continuam a violentar e a maltratar os animais neste país!

"A grandeza de uma nação e os seu progresso moral, podem ser avaliados pela forma como tratam os seus animais."
Mahatma Gandhi (frase retirada do blog PlosAnimais)

Caminhantes

Listening...


"I want Jesus to walk with me..."
The Holmes Brothers, in A Weak in the Real World, part 1

quinta-feira, março 30, 2006

Miúda


Encontrei-o ontem, no Saldanha.
Conheço-lhe a cara, mas apenas isso... o nome não sei... de onde o conheço também não... hmmm... talvez da Faculdade... acho que é isso...
- Há tanto tempo que não te via, miúda! Estás na mesma!
- Olá! Pois é, há tanto tempo... Tu (hummmmm), tu também! (sorrisinho tonto)
- Então o que fazes agora? Continuas nas drogas? (drogas? mas quem é este?)
- Ha-ha-ha.... e tu?
- Estou no mesmo sítio de sempre!
- Ah...
- E tu? Continuas nas drogas? (mas que é isto?)
- Ah... não! Agora estou mais numa de... pedofilia... (a perguntas parvas, respostas idiotas... é claro que me referia ao meu papel de mãe dedicada...)
- Grande brincalhona! Não mudaste nada!
- Pois é, pois é... tu também não...
- Gostei de te ver miúda...
- He-he...
- Olha, diz qualquer coisa... já sabes onde me podes encontrar...
- Pois sei, pois sei...
- Mas fala mesmo, ouviste?
- Combinado!
- Gostei mesmo de te ver!
- Eu também... adeus!

Cada vez gosto mais que me chamem miúda...

Rock rural

Noutro dia, ia de carro e a ouvir música brasileira:
"... eu quero uma casa no campo onde possa compôr muitos rocks rurais...
... eu quero uma casa no campo ... onde possa plantar meus amigos, meus discos, meus livros e nada mais..."



Que bem...
Mas para ser perfeito, teria que acrescentar um pedaço de mar e... tu...

Esperas


- Olá!
- ...
- Chamaste o elevador?
- Não!
_ Ok, então chamo-o eu. Vais para baixo ou para cima?
- Nem para baixo, nem para cima...
- Não? Então o que fazes aí?
- Nada.
- Está bem... olha, não parou... estes elevadores... Importas-te de carregar aí no botão, por mim?
- Importo.
- Importas-te? Porquê?
- Deixa-te lá de conversas... não vês que sou apenas uma mão? Porque raio haveria uma mão de carregar no botão do elevador? Usa a cabeça e não chateies...
- ... obrigada...

Pipocas


É pá, acho que vou ali às manas comprar umas pipocas para ir comendo enquanto o sono não vem...
1, 2, 3, 4... 113, 114, 115... 398... 534... e o sono que não há maneira de chegar...
Vou mas é pôr-me à janela... nos dias de hoje, sabe-se lá se não é assaltado, mesmo à porta de casa...
Embora lá pipocas...
581... 657, 658, 659...

Sem palavras...

quarta-feira, março 29, 2006

Do início



Pego em mim e levo-me...
Queria ver-me, sentir-me, tocar-me...
Queria ver-me agora, no presente, mas não vejo...
Sempre que me dou a mão e parto, acabo no que já fui... como se o tempo tivesse ficado parado ali num espaço...
Olho-me e vejo-me presa, nesse espaço... uma prisão sem grades...
Não entendo...
Desisto... e é quando desisto que tudo se torna claríssimo...
Volto a pegar em mim e lá vou eu, novamente, certa de que agora vai ser diferente...
Mas não é... e volta tudo ao início...

O maior espectáculo do mundo



Há coisas para as quais vale a pena viver...
Por exemplo... partir de madrugada...



... subir o Sinai...
...e, depois de 3 horas a andar, no meio de muita, muita gente, chegar lá acima, sentar-me e esperar para assistir a um dos maiores espectáculos do mundo: o nascer do dia...



É indiscritivelmente simples, bonito e único...



Não me admira que Moisés tenha ouvido aí a voz de Deus...
Um dia, também eu gostava de lá voltar...

Jardins proibidos


Era uma vez uma paixão à solta num jardim proibido.
Veio a guardiã do jardim lembrar-lhe que não podia estar ali e, de aviso, lançou uma seta.
A paixão sorriu... ah! se por acaso fosse possível escolher hora e local para a fazer acontecer... como era tola essa guardiã...
- Guarda as tuas setas e solta-te... todas as amarras cegam...
- Cegas são as paixões! - respondeu a guardiã.
A paixão não disse nada... via melhor e mais além do que ela... via a luz que brilha nos corações... via o prazer que consome as almas...
- Vou prender-te... única forma de te libertar... único caminho para deixares essa cegueira que te vai matando...
A paixão transformou então a guardiã numa estátua... soprou-lhe ao coração... e continuou à solta no jardim proibido...

Modas


"... todas gostavam do seu novo penteado, e assim nasceu a moda das tranças pretas..."

Maria Lisboa


Algumas fotografias contam histórias que só eu ouço...
Essa voz... um grito... uma lágrima...
O amor... a saudade... e uma guitarra a acompanhar...

Olá!


Depois destes três meses - já!!! - ainda te lembras de mim?

Sempre


Como sempre, procurei-te em todos os cafés da cidade... encontrei sempre os lugares vazios da tua ausência...
Perguntei por ti a todos os que passavam, responderam-me sempre da mesma forma, sempre com ironia...
Sempre soube que um dia me encontraria a procurar-te...
Sempre soube que não existias... não passavas de um fantasma que criei para ocupar as horas vagas... as horas que fiz questão de te oferecer, sempre em troca de nada...
Sempre soube que um dia te diria adeus... é o que faço agora... como vês, esse dia sempre chegou...
Então até sempre!

terça-feira, março 28, 2006

Há livros e livros...


Quando viajo, gosto de andar pelas ruas a olhar as pessoas... cada rosto conta uma história... cada gesto é um ensaio...
Cada cidade é, para mim, um livro gigante com inúmeros capítulos...
E eu gosto do desafio que é tentar decifrá-los...

Uma questão de ensino


À medida que crescemos, vamos entendendo e assimilando essa grande verdade: o melhor professor que temos é a própria vida...
O problema (há sempre um problema) é que, por vezes, só o entendemos demasiado tarde...
Fingindo ser cegos... mudos... e surdos... perdemos as aulas... não estudamos...
E julgando ser os donos da verdade, passamos a vida a fazer merda...

segunda-feira, março 27, 2006

Comandantes


Algumas histórias contam-se de boca fechada... o coração é quem comanda...



Calamo-nos para as ouvir... depois meditamos... e envergonhamo-nos... e queremos mudar tudo...


Há sempre dois caminhos...

Histórias de bruxas más


A caixa das fotografias que guardo lá em cima, é o meu livro de histórias preferido.
Falam-me de coisas banais, do dia-a-dia, coisas simples que fazem a vida ser um verdadeiro conto de fadas.
Eu sei que também há bruxas e monstros terríveis...
Mas a minha máquina não os consegue fotografar... tem-lhes uma pequenina... alergia...
Um dia terei que mudar de máquina... escolher uma sã, que fotografe bruxas e monstros da mesma maneira que fotografa as fadas e as princesas...
Olha, por falar em histórias, conheces aquela do príncipe europeu por quem as filhas de um rei lá do Orinte se apaixonaram... e em que uma bruxa muito má, apaixonada pelo príncipe, mas a quem o príncipe não ligava alguma, por vingança, transformou as pobres meninas em pombinhas... a gripe das aves afastaria o príncipe... que correria a pedir ajuda à bruxa má, sem saber que era uma bruxa.... se soubesse que era bruxa, sabia que era má... e fujiria dela, também...

A minha Primavera



Com a Primavera aí, a vontade é a de partir ao seu encontro...
O problema é o que fazer quando a encontrar...
Cumprimento-a? Beijo-a? Um abraço? Ignoro-a? Um sorriso?
Não sei... não percebo nada destas coisas de protocolo...
O que me apetecia mesmo fazer era pegar nela ao colo e trazê-la comigo, no meu regaço...
Depois, quando a noite chegasse, abrir o regaço e soltar a Primavera inteirinha... só para ti...

Vacas



Seguia eu pela estrada fora cantando o "New York" e lembrando as noites passadas no "Bananas", em que o Frank Sinatra abria a pista...
De repente...
Eu sou "repentista"!
De repente olhei aqui para o écran e pareceu-me ver uma... vaca!!!!



Também Lisboa começa, repentinamente, a ficar cheia de vacas...

Um mundo melhor



Era uma vez um dia de nevoeiro.
O homem aproveitou para espreitar... esperava já há algum tempo, pela chegada de El'Rei D. Sebastião.
Aventurou-se um pouco mais pela estrada de terra... pareceu-lhe ouvir passos... não via nada... mas conseguia ouvir qualquer coisa...
Terá D. Sebastião chegado finalmente?
Parou após o impacto com algo... esboçou um sorriso... D. Sebastião?
Ão, ão, ão...
Um cão!
Da forma como as coisas estavam, talvez esse cão fizesse a diferença...
Nem hesitou... desde esse dia, cão e homem tornaram-se inseparáveis... e o mundo mudou para melhor!

Licenças


Pediram licença para viver...
Naquele sítio só davam licença a cães e a gatos...
Olharam-se e não compreenderam... afinal, só queriam mesmo licença para viver...
Mataram-se com o olhar...
Sem licença...

domingo, março 26, 2006

Carteira de fósforos


Levou a mão ao bolso...
Ah, aquela carteira de fósforos...
Tinha-a trazido de um hotel londrino, depois de uma noite com a rapariguinha da...
Não se lembrava!
Lili...
O seu nome escrito a vermelho à frente de um número...
As memórias dessa noite escritas a vermelho numa carteira de fósforos...
Acendeu um cigarro e pensou: "Esta carteira de fósforos está condenada... dizem que as carteiras de fósforos vão desaparecer... a bem do ambiente... ou, se não for por isso, por outra razão qualquer... tudo é efémero... aquela noite também o foi... a... como é que ela se chamava? Pois, a Lili... sem dúvida que foi efémera..."
Os pensamentos fluíam: "Ah, foi boa... a noite... as noites de Londres são sempre especiais... ainda lhe sinto o cheiro..."

Dás-me luz?

Quero a tua mão

Linhas... apenas elas... e um maldito candeeiro...

Linhas e... ele

sábado, março 25, 2006

Linhas e um Triângulo

sexta-feira, março 24, 2006

Distracções



Noutro dia, por distracção, parei numa passadeira para deixar um peão atravessar...
Por distracção, um carro que me seguia - pumba - bateu-me...
Coitado do condutor... só ia distraído...
Estendeu-me a mão e, por distracção, disse-me: "A culpa foi toda minha!"...
Fiquei cheia de pena... afinal tudo isso aconteceu por distracção do peão que não parou na passadeira...



Lá continuámos... por distracção...
Papelada atrás de papelada...
No meio de tanta papelada descobri que o senhor, coitado, apenas por distracção, tinha a carta de condução caducada há três anos...
Ah, e não só... também por distracção, não tinha seguro válido... ficou desorientado... coitado... fiquei mesmo com pena dele... afinal o culpado dessa desorientação tinha sido um peão que, por distracção, não tinha parado na passadeira...



Assinámos a declaração amigável (ele, por distracção...)...
Descobri, por distracção, que a traseira do meu carro é muito resistente... é daquelas tipo "bundinha redondinha e durinha"... fixe!
O carro do senhor que, por distracção bateu no meu carro, ficou mal, muito mal... tão mal que se recusou a saír dali sem ajuda (reboque, leia-se)...
O meu lá anda, manco, mas lá vai indo... não me deixa mal...
Prontificou-se a pagar do bolso dele, para simplificar... por distracção, na certa... pois quando lhe dei o orçamento que a oficina de origem me deu... tossiu docemente e disse "Ah, assim sendo, vou entregar a declaração na minha seguradora..."




Mais uma vez, fiquei cheia de pena deste senhor distraído com carta caducada e, aparentemente, sem seguro válido... tudo por distracção... claro está...
Bom, agora resta-me esperar que as seguradoras, por distracção, resolvam tudo isto rapidamente... não gosto de ver o meu carro manco... ele é tão lindinho...
Coitadas das seguradoras... tanto trabalho...
Afinal, tudo isto não teria acontecido se aquele peão não estivesse distraído e tivesse parado na passadeira para deixar os carros passarem à vontade... Custava muito? Só pensam neles... ah, e como era distraído, viu o que tinha acontecido e... pés te levem... acelarou o passo e desapareceu... distraídinho... esse peão...



Questões existenciais sobre as essências do ser (o que quer que isso seja)


Uma andorinha só não faz a Primavera...
E duas?

Reflexões sobre um mundo em que 1+1=2


Por vezes, parece que vivo num mundo longínquo, inacessível para mim... mas eu estou lá... bem no centro desse mundo... mas é como se não estivesse...
Estranho...

Voar


"Os pintos não necessitam de asas para descobrirem novos mundos!"
E nós? Precisamos de quê?

Tu, eu e o Tejo


Quando os meus olhos querem um pouco de descanso... procuram-te...
Quando cá dentro está prestes a rebentar a tempestade... caminho para ti... o sol volta a brilhar... o nosso encontro é a minha paz...

Deambulações pelos jardins proibidos...


Ora bem, o que temos nós aqui?
A bola roda à nossa volta?
Ou somos nós que giramos à sua volta?
De quem parte este movimento de rotação que faz com que tudo se mexa?
E o nada? Está parado ou também anda?