sexta-feira, outubro 20, 2006

Pescador de homens


Há dias em que me apetecia mesmo ser pescador... pescador de homens... recolher nas redes o que de bom o homem tem... tudo o que o homem deixa adormecer em si...
Arrastar as redes para uma praia deserta e com o resultado da pescaria, fazer homens novos... e pedir a Deus que carregasse em reset...
Vamos lá tentar outra vez...
A Maria, que tem 6 anos, interrompe-me:
- Isso já parece a história da cegonha e dos bebés que vêm de Paris... Não sejas utópica!

quinta-feira, outubro 19, 2006

Sonhei...


... que viajando numa bicicleta chegava à lua...
E a lua era diferente do que diziam...
Não tinha cor...
Tinha árvores... plantas... flores...
E um arco-íris de areia...
Depois, lá no meio, estavas tu...
E a lua então ganhou cor...
E eu acordei...

O sorriso de Deus


Acordei e abri a janela do quarto...
Vi o sorriso de Deus...
Mais um dia... eu continuava viva... e agradecida...
Agora não posso parar...

terça-feira, outubro 17, 2006

Pedro e os outros

Rir...


... é do melhor que há!!!

domingo, outubro 15, 2006

Passeios de Domingo


De braço dado com a solidão, partiu naquela tarde de Domingo... foi atrás do cheiro a maresia e aterrou nas margens do oceano...
Queria avistar a barca bela e seguir nela... ir ao encontro de adamastores e dobrar cabos da tormenta...
Arrastou consigo a indiferença a que fora condenado e partiu com ela, com a solidão, única companheira dos últimos tempos...
Partiu naquela tarde, para o seu último passeio de Domingo...

A guardiã dos porcos


A rapariguinha dos porcos...
Conheci-a em tempos, a menina que se se dizia ser uma guardiã de porcos...
Era simpática... um dia, ofereci-lhe um chapéu de chuva com porquinhos a dançarem à chuva... chorou de alegria e deu-me o maior abraço que alguma vez recebi...
Dizia não ser capaz de viver sem os seus porcos porque eles eram a encarnação de Deus... e os homens não o entendiam...
Um dia desapareceu... os porcos também desapareceram, excepto um...
Visitei-o naquela manhã de Outono... assustou-se quando me viu e escondeu-se... chamei-o através de grunhidos... ganhou confiança e aproximou-se... roçou-se na minha perna...
Era tão pequenino e tinha um olhar tão indefeso...
Perguntei-me qual a razão porque teria ficado... ficou para me cativar, pensei... e conseguiu...
Desde esse momento, é ele o meu guardião!

Eternidades


Ela pediu-lhe que ficasse... não suportaria a sua partida...
Ele partiu... adormeceu para sempre e deixou-a sem uma mão para agarrar...
Sozinha, arranjou forças para caminhar... seria peregrina...
Como peregrina partiu, decidida a só parar no dia em que o seu olhar repousasse no dele...

sábado, outubro 14, 2006

Mover montanhas


Hoje acordei assim... com uma vontade louca de mover montanhas!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Nobel da Paz


"(...) Um mundo sem pobreza.
Sempre que falo disto a pessoas que não experienciaram o poder do microcrédito, vejo um sorriso dissimulado, uma expressão que muitas vezes esconde o cinismo ou a dúvida. Por vezes, até apoiantes do microcrédito consideram isso um "sonho impossível" que usamos para nos motivarmos a nós próprios e aos nossos colaboradores.
Será que alguém pode conceber realmente um mundo sem pobreza?
Como é que seria?
Será que funcionaria realmente?
Para mim, um mundo sem pobreza significa que qualquer pessoa pode ter a capacidade de satisfazer as necessidades básicas da sua própria vida. Nesse mundo, ninguém morreria de fome ou sofreria de subnutrição. Este é um objectivo que os líderes mundiais perseguem há décadas, mas que nunca encontraram uma forma de o realizar."


Transcrição de um dos livros que levei para férias, e que já tinha lido há 4 atrás, quando foi editado em Portugal, pela Difel.
Um livro muito especial... um livro de "sonhos impossíveis", pensei eu também...
Hoje, quando ouvi o nome do galardoado com o prémio Nobel da Paz: Muhammad Yunus, autor do livro "O Banqueiro dos Pobres" (Janeiro de 2002, Difel, Difusão Editorial, S.A.), sorri.

"(...) Criámos um mundo sem escravatura, um mundo sem pólio, um mundo sem apartheid. A criação de um mundo sem pobreza seria um feito maior do que todos aqueles, e ao mesmo tempo reforçava-os. Seria um mundo no qual todos teríamos orgulho em viver."

Reservo-me o direito à esperança... e quero continuar a acreditar que não existem "sonhos impossíveis"...

É tempo de dar uso às palavras...


... as palavras são como a moda: hoje, usam-se... "bué"... para amanhã ficarem esquecidas nas páginas dos livros...
Pois bem, apetece-me dizer, como dizia a velha Júlia, personagem real da minha infância: "badamerda" para isto...

E tu?


Acreditas em anjos?

Tempo de anjos...


Avé Maria fadista

Avé Maria sagrada
Cheia de graça divina
Oração tão pequenina
De uma beleza elevada.

Nosso Senhor é convosco,

Bendita sois vós, Maria.
Nasceu vosso Filho, um dia,
Num palheiro humilde e tosco.

Entre as mulheres bendita,
Bendito é o fruto, a luz,
Do vosso ventre, Jesus,
Louvor e graça infinita.

Santa Maria das dores,
Mãe de Deus, se for pecado,
Tocar e cantar o fado,
Rogai por nós pecadores.

Nenhum fadista tem sorte,
Rogai por nós Virgem Mãe.
Agora, sempre e também
Na hora da nossa morte.

Gabriel de Oliveira/ Francisco Viana

quinta-feira, outubro 12, 2006

É dia de festa...

Antes que o dia termine, quero oferecer-te qualquer coisa... a minha alma canta-te um fado...

Que Deus me perdoe

Se a minha alma fechada
Se pudesse mostrar,
E o que eu sofro calada
Se pudesse contar,
Toda a gente veria
Quanto sou desgraçada
Quanto finjo alegria
Quanto choro a cantar...

Que Deus me perdoe
Se é crime ou pecado
Mas eu sou assim
E fugindo ao fado,
Fugia de mim.
Cantando dou brado
E nada me dói
Se é pois um pecado
Ter amor ao fado
Que Deus me perdoe.

Quanto canto não penso
No que a vida é de má,
Nem sequer me pertenço,
Nem o mal se me dá.
Chego a querer a verdade
E a sonhar - sonho imenso -
Que tudo é felicidade
E tristeza não há.


Silva Tavares / Frederico Valério

quarta-feira, outubro 11, 2006

os sete anões


Sem sono, estava para aqui a pensar... Dorminhoco... ele... sim, mas também há o outro, o anão... da Branca de Neve... ah, pois há!
E os outros?
Quem?
Os outros anões... como se chamam?
Pois bem, vamos lá testar a minha capacidade de reter histórias e relembrar o nome dos outros anões... pode dar jeito... nunca se sabe...
Temos o Dorminhoco e... o Feliz (parecido comigo), o Envergonhado (parecido comigo), o Atchim (parecido comigo, especialmente nas manhãs húmidas de Outono)o... o... o Miudinho e o Sabichão e... e vão 6... falta um!
Quem é?
O Rezingão, claro! O mais parecido comigo!
Entretanto, e sem perceber porquê, chegou o sono...

segunda-feira, outubro 09, 2006

impressões digitais

domingo, outubro 08, 2006

deliciosamente chato


"Para o homem chato, não existe monotonia na vida; qualquer assunto é um deleite sem fim. Uma história contada pela milésima vez não perde o seu encanto. Cada detalhe fastidioso é sublimado e convertido numa pequena delícia. Para ele, cada ervilha da vagem difere da outra com a mesma variedade arrebatadora que os artistas encontram nos crepúsculos tropicais."
(uma das regras da "Melhor Sociedade" enunciada por Emily Post no seu livro Etiqueta em Sociedade, em Negócios, em Política e em Casa, de 1922 - retirada do livro "Inciclopedia", de Gideon Haigh)

sábado, outubro 07, 2006

O bem supremo


... queria beber da tua fonte... e afundar-me nas tuas mãos...

Tu

sexta-feira, outubro 06, 2006

O inquilino da casa 26

Dá-me lume...

TI

Talvez


Talvez um dia, de mãos dadas, pise contigo os mármores de Veneza...
Talvez um dia, tenha de te abraçar para não caíres ao olhar a Torre de Pisa...
Talvez um dia te beije na Ponte Vecchio...
Talvez um dia, sinta ciúmes do teu olhar para a estátua de David...
Talvez um dia me vista de guarda, te aprisione no Coliseu de Roma, e te faça minha...
Talvez...

bang-bang


Certo dia, o gato ganhou coragem e declarou-se ao cão:
- Miau miau miau, miau, miauuuuuu...
- Está bem - disse o cão - olha, eu também... ão, ão, ão e ãoãozinho...
- O quê? - gritou o gato - Traidor! Miauuuuuuuuuuu...
"Vá lá um cão entender estes gatos!" - resmungava o canino, enquanto tentava escapar-se dos gatos do bairro que tinham vindo em auxílio do amigo.
- Ão, ão, ãoãoão, ão, ãooooooooooo...
- Miau, miau-miau, miauuuuuuu...
E assim continuaram até aparecerem os matulões, amigos do cão, que corriam atrás dos gatos, que continuavam a esforçar-se por agarrar o canino "traidor"...

quinta-feira, outubro 05, 2006

Conversa de namorados


- Gosto tanto de ti, borrachinho...
- E tu? Tu não gostas de mim?
- Sim fofinha, eu gosto de ti...
- Muito?
- Muito... mas agora deixa-me acabar o livro...
- Dá-me um beijinho... vá lá...
- .......
- Só assim? Quero um beijinho a sério...
- Ah, ouve só isto: "Fomos postos na terra para andarmos por aí aos peidos. Não deixem que ninguém vos diga o contrário." Este gajo é muito fixe! Nunca leste nada dele? Tens que ler... Kurt Vonnegut... não te esqueças... lê este, "Um Homem sem Pátria", empresto-te quando o acabar, está bem? Fofinha... fofinha, onde estás?

quarta-feira, outubro 04, 2006

Dia Mundial dos Animais (IV)

Dia Mundial dos Animais (III)

Dia Mundial dos Animais (II)

Dia Mundial dos Animais

terça-feira, outubro 03, 2006

Repouso


Por vezes, o cansaço invade-nos, por dentro, e seca-nos...
É preciso fazer uma pausa... sossegar um pouco...
E é no calor de um corpo, na ternura de uns braços, que melhor sabe o repouso...
Se quiseres parar... se quiseres repousar em mim o teu cansaço... se quiseres...

Partidas sem chegadas


Vou partir... e vou com o coração partido...
Tu ficas... de que jeito ficas?
Queres-me na chegada?
É tão bom encontrar-te à chegada...
Pois... não voltarei... tal como me pediste...
Vou partir... apenas... e partido...

Pérolas


Toma!
Mando-te algumas flores silvestres, destas que nascem aqui no meu quintal... e a que ninguém liga...
Colher estas flores foi, para mim, como procurar pérolas no fundo dos oceanos...
Toma!
E faz, com elas, um manto que te cubra o corpo... esse corpo a que ninguém liga... frio e inerte... esse corpo gelado pela minha ausência...

Os teus olhos


... os teus olhos têm o tamanho de uma praia...
... eu só queria mergulhar neles... até o cansaço me vencer..


Sentados na mesa do terraço, com uma garrafa de vodka à frente, ele pegou-lhe na mão... ela sorriu... ele beijou-lhe a mão... ela corou e ele disse:
- Já te amei mais em horas do que amei em toda a vida... houve momentos em que te desejei tanto que quase sufoquei... sonho contigo todas as noites... sonho acordado com o teu corpo, com os teus lábios...
Mas sabes uma coisa? Nesses sonhos tu manténs-te sempre calada... e eu volto sempre ao ponto de partida... só...
Ela não o olhou, mas sorriu... pegou no copo e passou-o ao de leve pela boca... não bebeu...
Ele olhou-a e levantou-se... arrumou a cadeira, para ficar alinhada com as outras... depois chamou pelo cão... e partiu...

A minha estrela


Ele segredou-lhe:
- Sabes... dizem que as estrelas do céu não se podem apagar... nós é que podemos ser apagados por elas...
Na outra noite, quando não estavas comigo, sentei-me, ali junto ao rio, a olhar as estrelas... uma a uma começaram a extinguir-se... voltaram a brilhar apenas hoje... no momento em que te olhei nos olhos...

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domingo, outubro 01, 2006

Amarras


Onde poderei amarrar os meus desejos?
As minhas alegrias... os meus sonhos... as minhas palavras...
Onde poderei amarrar estas minhas mãos, sempre tão inquietas quando estás por perto...