sábado, setembro 30, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
Palhaço
Chamaste-me "cinzentona"!
Uma "cinzentona" com ligeiros períodos de lucidez mórbida...
Confesso que, por momentos, fiquei apreensiva, a pensar nas tuas palavras... palhaço!
Mas acabei por compreender o centro nevrálgico da questão...
Fechei-me no quarto e começei a seleccionar a banda sonora para o meu velório.
Era a isto que te referias?
Palhaço!
quarta-feira, setembro 27, 2006
terça-feira, setembro 26, 2006
Era uma vez...
... uma história que começava com "era uma vez" e terminava com "foi uma vez"...
E era a história que eu mais gostava de ouvir em criança.
Era uma vez uma princesa como a dos contos de encantar que me encantava os sonhos e me fazia sonhar mais além.
Como todas as histórias de encantar, a princesa encantada esperava o seu príncipe, também ele encantado, para viverem felizes para sempre.
E veio o dia em que o principe apareceu e tudo foi encantamento...
Mas não tardou a chegar o dia em que o encanto se foi e da história só restou o "foi uma vez".
Como depois vim a descobrir, esta é apenas uma história de encantar semelhante à história de todos nós... nascer, crescer e... adormecer...
E assim se escreve o "era uma vez" e o "foi uma vez"...
Eu também... era uma vez...
segunda-feira, setembro 25, 2006
Está bem!
Tens razão!
Passar pela Petfil, num Domingo à tarde, é assim uma espécie de... aventura...
Não... não é isso... é mais isto: uma grande merda!
Impressionante!
Sim senhor!
Impressionante as filas para os stands das várias marcas que comercializam rações e afins para cães e gatos. Aquilo não eram filas... eram gigantes em forma de fila!
Tudo em fila para receber umas amostrinhas da ração x, ou das bolachas y, ou... fosse lá do que fosse...
Mas o que me chateou mesmo foi ver que essa gente, tão amiga dos 4 patas, não ligou pévia aos animais de olhar doce e meigo que esperavam apenas um desvio ao destino...
sábado, setembro 23, 2006
sexta-feira, setembro 22, 2006
quinta-feira, setembro 21, 2006
Rasurar
Escrevi-me assim, tal e qual me descreveste nesse romance que não teve final...
Transformei-me num rascunho de mim mesma mas escrito por ti...
Ampliei-me e reduzi-me, mas fiquei...
Tu não...
Ampliaste, reduziste e rasuraste...
E eu não gosto nada, mas mesmo nada de rasuras...
Então peguei em mim e... ponto final...
quarta-feira, setembro 20, 2006
... choram guitarras...
Tudo isto é fado
"Perguntaste-me outro dia
Se eu sabia o que era o fado
Eu disse que não sabia
Tu ficaste admirado
Sem saber o que dizia
Eu menti naquela hora
E disse que não sabia
Mas vou-te dizer agora
Almas vencidas
Noites perdidas
Sombras bizarras
Na mouraria
Canta um rufia
Choram guitarras
Amor ciúme
Cinzas e lume
Dor e pecado
Tudo isto existe
Tudo isto é triste
Tudo isto é fado
Se queres ser meu senhor
E teres-me sempre a teu lado
Não me fales só de amor
Fala-me também do fado
É canção que é meu castigo
Só nasceu p'ra me perder
O fado é tudo o que eu digo
Mais o que eu não sei dizer "
Aníbal Nazaré/ F. de Carvalho
segunda-feira, setembro 18, 2006
domingo, setembro 17, 2006
sábado, setembro 16, 2006
sexta-feira, setembro 15, 2006
quinta-feira, setembro 14, 2006
Geração espôntanea
Era uma vez uma letra solta do alfabeto, perdida no écran do computador de uma criança que nada percebia de computadores.
A crinça olhava a letra e brincava com ela: para cima, para baixo, esquerda, direita... numa dança que parecia não ter fim.
As gargalhadas do miúdo eram a música que acompanhava o bailado excêntrico da letra solta, que tremia sempre que aquele maldito cursor se aproximava.
Não havia forma desse "pas de deux"terminar, e a letra solta já desesperava e tudo o que queria era estar longe dali, com as restantes letras da família.
Resoveu agir e reagir à provocação daquele "puto", que não parava de a ameaçar com o maldito cursor.
Estendendo o seu braço pequenino e frágil, agarrou a criança e puxou-a... numa troca rápida, a letra soltou-se do écran e aprisionou a criança nesse mesmo écran...
Já em casa, saltitando de tecla em tecla no teclado familiar, a letra pequenina ouviu a letra grande ralhar-lhe:
- Não deves fazer aos outros o que não queres que te façam!
- Eu ralada... Quero lá saber! Problema dele! E agora não me chateis mais que eu vou ali dar uma passa para... "destressar"...
Entretanto, o pai da criança começava a estranhar os ruídos vindos do computador e foi espreitar.
Com um sorriso de orelha a orelha, gritou pela mulher:
- Querida, ó querida, vem cá, vem ver isto! O nosso filho é o maior! Já viste o que ele fez? Conseguiu criar um cursor de si próprio! Genial! Ó filho, onde estás? Vem cá ao pai para te dar um beijinho... Tomás, onde estás? Brincalhão... é tal e qual o pai... somos os maiores! Tomás, ó Tomás...