domingo, abril 30, 2006
sábado, abril 29, 2006
sexta-feira, abril 28, 2006
Qundo os heróis tombam de pé não são mais heróis por isso
O rato careca descia a rua quando encontrou um hippie perdido na cidade.
Ofereceu-lhe ajuda em troca de uma madeixa do seu cabelo.
Sim, foi a resposta: o hippie ficou menos cabeludo e o rato menos careca.
O rato descia a avenida quando chocou com um gato persa que gostou da sua madeixa.
- Dou-te a vida se me deres essa madeixa...
- Está bem! - disse-lhe o gato.
O rato voltou a ser careca e o gato persa ficou com mais pelo.
O rato subia as escadas que conduziam à Praça quando viu um poeta deambulando.
- Dá-me o teu dom! Em troca dou-te um pouco da minha alegria!
- Não! Não quero! - respondeu o poeta.
O rato careca, zangou-se e mordeu a perna do poeta deambulante.
Este caíu e afogou-se nos seus versos.
O rato careca, sem cabelo, sem poesia, sem nada... não resistiu...
Com a caneta do poeta abriu um caminho directo ao coração...
Sorriu e tombou de pé, como mandam as regras.
O rato careca, não conseguiu qualquer cabelo, mas deixou finalmente de ser careca.
E ainda teve forças para escrever "Um Poema ao Luar do Rato Careca para a sua Amada".
quinta-feira, abril 27, 2006
Para o MG que um dia quis ser livro de histórias mas acabou sendo comido por um cão
Era uma vez um menino que engoliu um livro de histórias para adormecer.
Lá dentro, o livro não parava de se contar...
Não parava de se desfolhar, porque era vaidoso...
Dentro do menino, cada gota de sua vida parava para ouvir o livro que falava de coisas fantásticas de outros lugares e de outras gentes...
Lentamente, uma a uma, aquelas gotas foram secando, e a vida deixou de ser do menino para ser das páginas que a sugavam...
O menino tinha adormecido... para o livro isso bastava...
Consumou-se um amor e nunca ninguém soube ao certo quem resistiu...
Restou apenas um espaço onde, de vez em quando, ainda se pode escutar o saltitar de palavras que falam da noite e dos lobos...
quarta-feira, abril 26, 2006
País ao abandono
Era uma vez um leão e um tigre e outro leão e ainda outro...
Encontrei-os, deitados nos degraus da minha entrada, naquela manhã, quando abria a porta da frente, para deixar a manhã entrar.
Olhei-os... olharam-me...
Os olhos tristes não enganavam - eram eles: os que tinham sido abandonados por um circo...
Portugal transformou-se num país em que tudo é permitido e em que é permitido abandonar tudo!
Abandonam-se casas, terrenos, matas... para não falar das coisas de menor valor...
Abandonam-se velhos, crianças... cães, gatos... mais recentemente, ao que parece, também leões e tigres...
Tudo se abandona, minha gente!
Depois não querem que se diga que Portugal é um país ao abandono...
Maio
Era uma vez um dia de Abril em que tudo aconteceu...
O que se passou nesse dia... bom, isso tu próprio o poderás adivinhar... fecha os olhos e segue-me... basta um pouco de imaginação, muito amor e a vontade de querer voar...
Depois é só bater asas e deixares-te ir...
E num abrir e fechar de olhos estaremos em Maio!!!
terça-feira, abril 25, 2006
segunda-feira, abril 24, 2006
O riso do vento
Era uma vez uma fotografia que contava uma bonita história de amor...
Mas veio o vento que, soprando com muita força, encontrou a fotografia e perdeu-se na mesma para ouvir a história...
Sorriu e gostou!
Enviou, então, uma rajada mais forte e limpou a fotografia...
Acabou assim esta história de amor...
sábado, abril 22, 2006
sexta-feira, abril 21, 2006
quinta-feira, abril 20, 2006
quarta-feira, abril 19, 2006
O amor é lindo
Era uma vez uma vez em que ela fechou os olhos e quando os abriu viu o seu príncipe encantado!
Montava um bonito cavalo negro... tinha um porte altivo que a enfeitiçou!
Nunca mais fechou os olhos!
E, neste estado de hipnoze, ficou a olhá-lo com o coração a bater muito rápido...
Viveram assim, felizes para sempre... e nem a morte os separou...
Montava um bonito cavalo negro... tinha um porte altivo que a enfeitiçou!
Nunca mais fechou os olhos!
E, neste estado de hipnoze, ficou a olhá-lo com o coração a bater muito rápido...
Viveram assim, felizes para sempre... e nem a morte os separou...
A propósito da velhice IX...
Lisboa, centro comercial das Amoreiras, 17h.
Um banco, dois homens sentados...
Um, o mais velho, esguio, de barba grisalha e fininha, chapéu à pintor...
O outro, mais baixo e com uma figura perfeitamente banal, sem nada que se realçe...
Levantam-se
- Ó pai, vá lá, fique aqui sentado, está bem?
- Sim, eu fico...
Murmura qualquer coisa que não entendo e o outro diz-lhe:
- A sério pai, não saia daqui, eu volto já.
- Olha para este... julga que sou pai dele... ou quê...
O mais novo afasta-se enquanto o outro se senta, contrariado e a murmurar coisas que só ele consegue ouvir...
Passa uma miúda, calças de ganga, t-shirt curta, uma tatuagem a espreitar, ali na zona da barriguinha...
O velho, observa-a... olha-a com ar de mestre... faz que sim com a cabeça e continua:
- ... pensa que sou pai dele...
Ou quê... digo eu...
E é suficiente...