Fixo e fixa
Era uma vez uma pomba que aprendeu a voar e saíu do ninho.
Voou, voou, voou...
Voar era bom!
Sentia-se livre e não queria parar de voar...
Voou muito até que começou a ficar sem forças e precisou de descansar.
Encontrou um candeeiro muito alto e com uma luz muito bela.
Escolheu-o para descansar.
- Olá candeeiro! Estou muito contente porque já sei voar!
- Oh, sim.... E isso é assim tão bom?
- É a coisa mais maravilhosa que já fiz...
- Sim?!
- Sentimo-nos livres... e isso é muito bom!
- Pois eu tenho uma coisa também maravilhosa para te contar...
- Mais maravilhoso do que voar?
- Muito mais... eu sou um candeeiro e estou aqui, fixo... não posso andar, muito menos voar...
- Ah, mas isso é triste...
- Achas? Bom, o maravilhoso disto tudo é que te encontrei... vieste ter comigo... querias descansar, não era? Pois minha amiga, vais poder descansar aqui para sempre!
- Não te estou a entender...
- É simples - não te vou deixar partir... vou-te roubar a liberdade... não é maravilhoso?
A pomba assustada tentou levantar voo mas não conseguiu; as suas patinhas estavam presas ao candeeiro...
- Não achas isto maravilhoso, pomba tola? Agora és minha e a tua liberdade servirá de consolo a quem o não pode fazer - eu!
E a pombinha triste e sem liberdade lá ficou, para sempre, fixa ao candeeiro fixo.
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