Sonhos e cotonetes
Noutra noite, sonhei que as ruas da minha cidade eram patrulhadas por formigas gigantes, do tamanho de gente, que marchavam com cotonetes às costas.
Sempre que apanhavam alguém a prevaricar, sacavam da sua cotonete e limpavam os ouvidos ao malfeitor. Depois segredavam-lhe: "Não deves fazer isso!"
Com as suas antenas faziam uma dança irreconhecível e, com um enorme sorriso, diziam: "Já está! Agora vai e esquece o ontem... para ti só existe o "agora" e exactamente agora, e daqui para a frente, és uma boa pessoa!"
Na minha cidade que era Lisboa e não era - era um misto do real com o imaginário - deixou de haver criminalidade e os homens e as formigas gigantes coabitavam e eram amigos.
O meu sonho terminou quando, ao passar por uma rua em Alcântara, encontro um grupo de meninos pessoas e um de meninos formigas gigantes de mãos dadas numa roda de sorrisos...
Acordei sobressaltada e a cantar: "Eles não sabem nem sonham, que o sonho comanda a vida..."
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