Rebeldia
Era uma vez um código por decifrar que, talvez por influência do "Código da Vinci", se imiscuiu nos meus sonhos de Primavera.
Decido pôr fim ao sonho e acordo.
Acordo azamboada... sem saber onde estou.
Dou por mim frente à Mona Lisa que me pisca o olho e me sussurra:
"Vá, atira-te ao gajo... ele nem é assim tão mau..."
Tira a mão de dentro do quadro e estende-me uma taça...
"Toma, bebe um golo... é o néctar da eternidade..."
Mas eu não quero ser eterna... contento-me com uma vida de "mortalidade" bem vivida... não sei se estás a ver...
"Balelas... Não te armes em esquisita e bebe isso... vais-te sentir outra..."
Mas eu não quero sentir-me outra...
Então, aquela mão dócil e suave, que até agora segurava o copo, transforma-se e em vez de bebida oferece-me um soco que recebo, sem tempo para recusar...
Não posso acreditar, fui agredida pela Mona Lisa!
Acordo... ah, mas já estava acordada...
Estou mesmo azamboada...
E onde estou?
Um bocadinho alto e eu não gosto lá muito das alturas...
Não! Não é possível... ela está ali a olhar-me... cabeçinha para a esquerda, agora para a direita... sorri e diz peremptoriamente:
"Gosto muito deste! É talvez o melhor do meu velho amigo da Vinci..."
O quê?
Eu virei quadro? Recuso-me...
E eis quando o quadro cai da parede e esmaga a Mona Lisa...
1 Comments:
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